cidadania

Policial federal aposentado ensina futebol para jovens no projeto social da Associação Amigos do Riograndense

Fotos: Renan Mattos (Diário)
Desde que se aposentou, Sérgio Silva dedica-se à Associação Amigos do Riograndense (AAR)

O policial federal aposentado Sérgio Silva, ou apenas Serjão, 63 anos, encontrou no voluntariado a chance de ajudar a comunidade e, ao mesmo tempo, trabalhar com uma grande paixão: o esporte. Presidente da Associação Amigos do Riograndense (AAR), ele acredita que novas oportunidades podem surgir mesmo em meio a adversidades.

Com sede no Bairro Itararé, a AAR oferece aulas de futebol e futsal no Centro de Convivência 21 de Abril a cerca de 30 crianças em vulnerabilidade social. A instituição foi criada em 2012 com o intuito de formar jogadores para o Periquito. No ano passado, a AAR, que esteve inativa em 2016, voltou a acolher jovens das regiões da Vila Kennedy, do Bairro Carolina e do Cerro Azul. Movido por forte senso de justiça, oriundo dos tempos de Polícia Federal, Serjão afirma que o trabalho social é árduo, mas vale a pena.

- Ao me aposentar, não queria ficar parado. Na época, o então presidente do Riograndense me convidou para ser coordenador da base do clube. Logo, surgiu a ideia de criarmos a associação - resume o aposentado.

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Três anos após a fundação da AAR, o clube esmeraldino participou da Copa FGF Sub-19, a maior competição de base do Estado. Na oportunidade, o Riograndense foi semifinalista.

- No começo, atendíamos cem crianças, entre escolinha e equipe. O professor Luiz Fernando Nunes, o Dida, apresentou-me ao treinador Lucas Fossatti (hoje, comandante da base do Inter-SM), que queria trabalhar no projeto. Um ano depois, conseguimos disputar o sub-19, em parceria com a Secretaria de Esportes, que nos disponibilizou um ônibus. Aquilo foi gratificante, porque rendeu inúmeros frutos - recorda Serjão.

Ele lembra que atletas profissionais, como o zagueiro Dionatan, o lateral Darlem e o meia Thiaguinho, do Inter-SM, são ex-integrantes do projeto e ex-jogadores do Periquito.

A luta de Serjão pelos jovens não começou com a AAR. Em 1981, ao lado de colegas da Polícia Federal, o servidor fez várias palestras em escolas municipais, nas quais abordou as consequências do uso de drogas. Além disso, foi um dos fundadores do Conselho Municipal de Entorpecentes (Comen).

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Junto à esposa, Vera Lúcia Marques, ex-presidente da escola de samba Vila Brasil, contribuiu com a inserção de várias oficinas educativas e lúdicas no Bairro Carolina. Entre sopões e incentivos pessoais, Silva confirma que um trabalho solidário bem realizado gera frutos.

- Se conseguirmos ajudar três ou quatro garotos, já é satisfatório. Sou grato ao apoio de Osmar de Moraes, Norma Rolim, Léo Pimentel, Saul Finn e Randolfo Padilha dos Reis, o Lico, meus colegas na associação - afirma.

AMIGO E COLEGA

Ex-presidente do Riograndense por dois mandatos e atual vice de Serjão na AAR, Norma Rolim, 72 anos, elogia o amigo de longa data. Como filhos de ferroviários, profissão associada à história do Riograndense, eles têm em comum a paixão pelo time esmeraldino.

- A ideia dele era criar um projeto voltado para a meninada que estava fora da escola. Sérgio é mentor, incentivador e nosso presidente - referencia.

Serjão acredita que o esporte pode moldar o caráter e formar cidadãos

Ainda de acordo com Norma, o voluntariado é muito importante para transformar realidades. Ela reforça que ter credibilidade é essencial para o sucesso do projeto, e que isso não falta em Serjão. Educador físico e profissional ligado aos clubes da cidade, Luiz Fernando Nunes, o Dida, 57 anos, sempre teve lugar reservado nas arquibancadas do 21 de Abril. Ele acredita que o esporte é uma ferramenta importante para a cidadania. Em Serjão, Dida reconhece um verdadeiro agente social.

- O projeto existe em função da determinação dele, fundador, pensador, gestor, diretor, professor... tudo (risos)! Ele é o dono da bola - diz o professor, além de reforçar que ações sociais descobrem talentos e desenvolvem potenciais no esporte.

PASSADO E FUTURO

O ex-aluno do projeto e ex-atleta profissional Eduardo Rodrigues Vargas Junior, 22 anos, é o atual treinador do grupo. Admirador da dedicação do amigo, ele é grato pela oportunidade que recebeu.

- Eu e Serjão ficamos próximos no projeto do Riograndense. Dedicado, faz tudo pela causa. Nossos meninos querem ser jogadores de futebol. Esse caminho começa pelo futsal - orgulha-se.

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O jovem Kauan Bianes Iensen da Silva, 15 anos, conheceu o trabalho realizado no Clube 21 de Abril por acaso. Em 2016, ele rendeu-se aos encantos do "jogo bonito" e entrou para o grupo. Desde então, o sonho do sucesso esportivo nunca o abandonou. Assim como Vargas, Silva soube aproveitar as oportunidades.

COMO AJUDAR

Acadêmicos e profissionais das áreas de Psicologia, Fisioterapia e Educação Física podem atuar como voluntários na Associação. Mais informações com Serjão, pelo telefone (55) 99971-6743.

*Colaborou Lorenzo Seixas

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